Será um vírus?

Depois de alguns dos pré-candidatos às eleições presidenciais terem sido excluídos do processo eleitoral por supostas irregularidades relacionadas com as assinaturas apresentadas na CNE – ficando afastados do processo eleitoral os candidatos sem apoio partidário –, chegou a vez do conselho de jurisdição do PSD invalidar a candidatura de José Alberto Pereira Coelho, ilustre desconhecido, pela apresentação de um número insuficiente de assinaturas válidas.

Parece que alguns dos nossos políticos insistem em justificar uma certa adversidade há mudança, recorrendo a momentâneos excessos de zelo que em nada dignificam o discurso, cada vez mais gasto, de defesa da pluralidade, das liberdades democráticas, e etc…

É a burocracia, disseminada por algumas das causas que justificam a sua manutenção.

É parte de um Portugal no seu melhor.

Um casino por conselho = Défice 0%

Por vezes procuramos teimosamente, recorrendo às nossas especificidades geográficas e culturais, as soluções para resolvermos os problemas nacionais. Muitas vezes o desenvolvimento tem entraves geográficos e culturais. Ás vezes a solução já existe e é utilizada por terceiros. Umas quantas vezes não queremos fazer nada. Neste caso temos uma solução económica e um entrave moral.

Uma das discussões interessantes, no dia de inauguração do Casino Lisboa, foi em torno da reivindicação, por parte de algumas das autarquias da área metropolitana, de uma percentagem da receita que a câmara de Lisboa vai usufruir com o negócio, a exemplo do que sucede com Casino Estoril. A autarquia lisboeta defende-se com o argumento de que o contrato é para cumprir, e esfrega as mãos de contente sempre que pensa na fonte de rendimento que representa o novo casino para as debilitadas finanças camarárias.
Para qualquer autarquia um casino é uma mais-valia apetecível .

Entretanto vozes de alerta gritam que o jogo é um vício e a causa de grandes maleitas sociais. Com o crescer do número de desafortunados as criticas vão subir de tom e, nesse altura, regressará o discurso da moralidade.

Em síntese…
Feliz da autarquia que cobra impostos a contribuintes que não protestam.

Assinalou-se mais um aniversário da revolução de Abril. Mais uma comemoração tranquila. Tornou-se um hábito.
A celebração já teve mais fies. Alguns mitos de Abril vão-se desmoronando. O tempo em que se acreditava em grandes mudanças politicas também cessou.
Passou o estado de graça.

Os que fizeram o 25 de Abril comemoram o derrube do Estado Novo.

O que comemoram os responsáveis políticos dos últimos 32 anos? O derrube do Estado Novo! É legítimo, mas…

Só se recordam, e fazem, o balanço do momento que pôs cobro ao Estado Novo! E a oportunidade que se seguiu?
Para uns quantos a resposta será simples: Não é o dia para fazer esse balanço.
A inconsistência da resposta revela-se segundos depois quando começam a enumerar as conquistas que apenas foram possíveis graças ao 25 de Abril.

Se foi tão fácil fazer a história de um regime, com quase meio século, em meia dúzia de chavões ideologizados, bem que, podiam aproveitar o método, o poder de síntese, e o momento de liberdade em que vivem, para fazer a dos últimos trinta anos, ou…
Será que lhes falta espírito crítico.
Também será devido a essa carência que subsiste a promoção de uma história onde apenas existem bons e maus?

O admirável país das pontes

Um bom início de semana para todos, mas em particular, para aqueles que não tiveram, ou dispensaram, a oportunidade de fazer ponte.

Giacomo Balla, Alberi nella Campagna Romana, 1900

H.A. Schult

Foto: Michael Sohn
…chegou a vez de Colónia.

Angel Boligán, Love Technology
Angel Boligán foi o vencedor do Grande Prémio do Festival Internacional World Press Cartoon Sintra 2006.
Os principais trabalhos apresentados a concurso encontram-se expostos no Centro Olga Cadaval.

Quem semeia ventos...

sem palavras...

Esta imagen vinha ontem na capa do Público e foi mais uma das vencedoras nos prémios Pulitzer. Esta foto mostra a esposa de um soldado americano que na noite antes do enterro do seu marido, pediu para dormir junto ao seu corpo pela última vez e adormeceu ao som de músicas que ele gostava...

Piet Mondrian

Red Tree,1908.

Livro Vermelho

Este trabalho, da responsabilidade do Instituto da Conservação da Natureza (ICN), «avaliou, desde 2001, o estatuto de conservação de anfíbios e dos peixes de água doce e migradores do continente e dos répteis, aves e mamíferos do país inteiro.»
As conclusões que vêm hoje a publico, são preocupantes e deverão continuar a ser nos próximos tempos, apresentam os resultados da negligência com que tratamos os recursos hídricos, de que dispomos, e, consequentemente a fauna que neles habita, permite-nos levantar sérias reservas em relação à politica de parques naturais que tem vindo a ser implementada pelos sucessivos governos.
Seguramente que os parques não existem apenas para defesa das espécies florestais, bem como, o planeamento ambiental, aquele que vai existindo, não é, ou não deveria ser, única e exclusivamente um meio de garantir o bem-estar individual e colectivo da nossa espécie. Mas, tanto os governos como a sociedade em geral não parecem muito preocupados com o que excede a satisfação de necessidades, por vezes, demasiado básicas.
Conceitos como os de ordenamento ou planeamento continuam a não passar de meras formalidades, a que a lei obriga. Acreditemos que as novas mentalidades, que temos de formar e educar,de forma séria e nos tempos mais próximos , vão ser capazes de inverter o presente cenário.

Só a gripe das aves é que nos pode salvar desta epidemia de patos bravos.


A edição do Livro Vermelho será em Maio, fica a cargo da Assírio e Alvim, com o custo de 45 euros.

Death Cab For Cutie

Death Cab For Cutie, Marching Bands of Manhattan

Noturno

Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...

Como um canto longínquo - triste e lento-
Que voga e sutilmente se insinua,
Sobre o meu coração que tumultua,
Tu vestes pouco a pouco o esquecimento...

A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando. entre visões, o eterno Bem

E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Gênio da Noite, e mais ninguém!

Antero de Quental

Mihai Mangiulea

Não se enganem, são imagens dos EUA!




Por mais forte que seja um país, nunca terá a força da Natureza
Katrina, Setembro 2005

Agora, sim, podemos jogar.
Nada de descriminações.
Mal posso esperar pelo momento de me viciar.

A hora dos kamikazes.

Pobres forças aliadas, uma vez mais, na iminência de serem chamadas para a luta, sempre digna, de manter a paz mundial e instaurar, sempre que oportunas, as liberdades democráticas. E mais uma vez, um bando de mal feitores que só destilam ódio e destruição, resolvem pôr em causa a segurança que reina nas nações democráticas de todo o mundo, defensoras dos mais elevados padrões éticos e morais.
Ó raios!!! Desta vez são tantos, só suicidas contam-se mais de 55 mil, se atacarem em simultâneo e em diferentes pontos da nossa democracia, será o fim! Mas… existe um polícia, sim, o polícia do mundo, que, não irá permitir que suceda tamanha desumanidade e, como sempre, terá de agir na defesa dos princípios da nossa pujante sociedade humanista. Claro que não me esqueço da insubstituível ajuda das, sempre disponíveis, forças aliadas...

Tanta hipocrisia, que, entre outras coisas, gera contra informação, e nós lá vamos sendo ludibriados. Lembro-me agora da figura do ministro da Informação do Iraque, Mohammed Saeed Al-Sahhaf, que propagandeava a heróica resistência ao invasor, esquecendo-se de que o inimigo tinha uma maquina militar e de propaganda bastante mais eficaz.
O ministro foi alvo de uma chacota intercontinental, atingindo-se, desta forma, todo o regime, os crimes cometidos pelas "forças aliadas" foram sendo encobertos e suplantados pelos actos heróicos de uns quantos soldados que lutavam pela liberdade do povo iraquiano.

E agora, regressa o medo, o Irão potência Mundial ( tal como o Iraque, embora este destroçado num ápice). A propaganda recupera os medos contraídos com o Afeganistão e o Iraque, terrorismo e armas químicas, concentrados num só estado, a maior das ameaças do pós guerra-fria.

Pena é que continuem a não ter tempo para implantar os mesmos princípios, utilizando meios semelhantes, na Coreia do Norte.

Alguns Pecadores




"perdoai-me Senhor que pequei: li o 24 Horas, vi o telejornal da TVI e ainda por cima vi uns sites de gajas nuas!já me penitencio senhor!

Urano



Nos próximos dias…
Mais uma boa razão para olhar o céu.

Luigi Russolo, Memory of a Night, 1911.

As eleições por terras de Itália acrescentaram um novo sabor às democracias europeias. Não é conhecida a direcção do vento que provocou tal mudança mas, num país em que a corrupção é bem tolerada, nada melhor que levantar a suspeita de fraude eleitoral para que o ainda primeiro-ministro Sílvio Berlusconi não seja, de momento, mais do que um menino de coro.
Aguardemos pelas próximas informações, e contra informações, para percebermos os reais danos.
Ou então, estará tudo normal, na nação de Musso.

Echo & The Bunnymen

Echo & The Bunnymen, Stormy Weather

Já tiveram e querem voltar a ter.

A Igreja Católica lá vai deixando no ar a ideia de que um canal televisivo é que lhes dava jeito, o problema é que não têm lá grande feitio para o negócio audiovisual, ao contrário da concorrente Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) que anda pouco mediatizada mas eficaz, esses sim, com jeito para o negócio.
Na verdade a Igreja Católica não precisa de um canal de televisão, pois sempre que necessita de tempo de antena só tem de acenar aos canais generalistas que se curvam perante a santa audiência. Mas, a IC quer mais, as aparições anuais de Fátima, o momentâneo aproveitamento de João Paulo II e da Irmã Lúcia, não são suficientes para a manutenção dos níveis de fé. Na verdade são necessários novos mitos, que criem empatia junto das novas gerações, e esse é o passo difícil, de consequências imprevisíveis.
Digamos que o dilema da IC é de certa forma comparável ao do Bloco de Esquerda (BE). O BE quer crescer, e para tal, terá de mudar parcialmente o seu discurso, colocando em risco parte do seu eleitorado de base mais radical. No caso da IC não se trata tanto de uma questão de crescimento, mas antes da manutenção dos féis que já existem.
Um canal dá jeito, o problema reside nos conteúdos. Ocupar uma frequência para insistir num discurso gasto, não.
O importante é criar novos heróis, que transportem novos valores, novas imagens, até podem ser os de sempre, mas com novas roupagens. E depois, com a naturalidade de sempre, surgirão os novos mitos.
Sempre foram bons nisso.

Museu do Corpo Humano





Uma Lua em Lx

Gomez

Gomez, How We Operate

Mudam-se os tempos, mudam-se as terminologias.

Depois de todos estes anos de promessas por concretizar a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), constituída sob o manto da aproximação cultural entre países “irmãos”, agoniza em termos poucos dignos tal é a falta de acção que a caracteriza.
Mas para combater esta inquietação diplomática eis que surge um grupo de trabalho composto por Angola, Moçambique e Portugal, com vista à criação da Assembleia Interparlamentar da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Qualquer coisa a que aplicam a terminologia popular de Parlamento da Lusofonia.
Pois, não se trata senão de mais uma tentativa de reanimar um corpo que há muito se tornou cadáver. Na verdade nunca passou de um nado morto. Enquanto a vontade politica não existir (porque faltam os projectos económicos), desiludam-se todos os que julgam que parte do mito identitário do Estado Novo pode reaparecer mas, com uma nova roupagem… vários estados independentes, a mesma língua e novas afinidades culturais (não esquecendo as de sempre).
A necessidade de uma organização com os pressupostos da CPLP é incontestável mas, ninguém consegue dar um passo com o mínimo de consistência para afirmar o projecto. Digamos que falta motivação...$
Há por ai quem atribua um uso apreciável a este tipo de instituições, de cariz essencialmente económico mas, de forte visibilidade cultural. Bem podíamos apreender alguma coisa com os exemplos que por ai andam de ingleses e franceses.
Mudam-se os tempos, mudam-se as terminologias e a acção permanece inexistente.

Planta da cidade de Lisboa / grav. por J. F. M. Palha. - Escala [ca. 1:15000]. -1875.

reedições...

Deambulando por ruas de padrões variáveis, enriquecidas por um punhado de residentes, pelos movimentos pendulares, por aqueles que se saciam de um prolongado jejum natalício, ou simples turistas curiosos e uns quantos curiosos turistas, a baixa de Lisboa assume uma multiculturalidade de cariz ainda mais popular.
O olhar não deixa escapar a mecanicidade dos movimentos, disfarçados pela multiplicidade de cores, que preenchem os espaços de uma noite fria. Profanam-se aos recantos da cidade os seus ambientes, atractivos ou repulsivos, variáveis com o estado de espírito que nos caracteriza na volátil passagem do momento.
Existe uma uniformidade visual, meramente aparente, secundarizada quando percepcionados os cheiros, os sons, os movimentos característicos de algumas ruas. É isso que nos localiza.
O olhar é agora atraído por um espectro festivo, intensamente popular, com intentos pouco virtuosos. Para resistir à ludibriação torna-se necessário activar todos os sentidos, para fruir “conscientemente” o presente mas, sem deixarmos de recorrer ao auxílio das imagens e experiências que guardamos de cada rua, praça, dos olhares mais genuínos, das sensações que nos identificam com os lugares. Prática necessária porque o desconhecimento é maior.
Assim é mais fácil prosseguir o deambular apenas, por ser simples o discernir.
14-12-05


Giacomo Balla, Lampada, 1909.

"Incendeiem os vossos cérebros com um projecto futurista!"

José de Almada Negreiros
Bom fim-de-semana

Facas em Sangue



Vivia na temperatura trépida dos lençóis
Aquele que dava pelo estranho nome

De Amor.Às vezes soltava-se

E percorria pela mão

Dos adolescentes ruas desertas, sombras

Escuras e conspiradoras-soltou-se
O Amor-alguém gritava.

E vinha o vermelho e invadia o vermelho
E assanhavam-se os gatos conscientes

Solitária.Depois apagava-se

A última luz da última janela e desaparecia
O Amor na tépidez dos lençois.

Ficava a lua, ficava
O luar azul a reflectir perigosamente

Nas lâminas das faca ensaguentadas

Dos adolescentes...

Adolfo Luxúria Canibal - Mão Morta

Luigi Russolo, I lampi, 1909-10.

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Ricardo Reis

Arroz de Tamboril

300 g tamboril em cubos
350 g arroz
1 cebola(s)
1 dente(s) de alho
50 g margarina
1 c. sopa azeite
2 c. sopa polpa de tomate
1 ramo salsa
1 folha(s) de louro
sal q.b.
Pimenta q.b.
1. Lave e deixe escorrer o arroz. 2. Coza o tamboril em água temperada com sal. Escorra o peixe e corte-o em cubos e reserve o líquido da cozedura.3. Pique a cebola e o alho e aloure-os em margarina e azeite. Junte a polpa de tomate, o ramo de salsa e a folha de louro. 4. Deixe cozer durante 1 minuto e regue com água da cozedura do tamboril, o equivalente ao dobro da quantidade do arroz. Deixe ferver durante 5 minutos. Tempere com sal e pimenta.5. Introduza o arroz e deixe cozer. A meio da cozedura (carca de 6 minutos depois), introduza o tamboril.

Sócrates em Luanda…

Depois da lição tecnológica Finlandesa o primeiro-ministro procura em Angola os exemplos necessários às reformas do sistema fiscal, eleitoral e de ensino.
Desiludam-se os que pensam que a estratégia da visita é meramente económica.
Aguardemos descontraidamente pela aplicação das novas metodologias.

Barnett Newman, The Promise, 1949.

Morrissey: Ringleader of the tormentors

Morrissey, You Have Killed Me

Furo jornalístico

Ontem, pela hora do jantar, resolvi ver as notícias, liguei o televisor, começou o telejornal, e surge a notícia do dia.
Santos Cabral não é mais director nacional da polícia judiciária. Até aqui tudo bem, as razões para a mudança são facilmente perceptíveis, a confusão surge a seguir…
O Ministro diz que o director geral da polícia judiciária foi demitido, por seu lado, o director geral diz que se demitiu. Fiquei confuso.
Mas hoje pela manhã fez-se luz ao ler a edição on-line do jn. Senão vejamos:
“Convocado para uma reunião no ministério, Santos Cabral já levava uma carta de demissão, mas, mal entrou no gabinete, Alberto Costa apresentou-lhe o despacho assinado por José Sócrates e por ele próprio. "O senhor está demitido", ter-lhe-á dito o governante.”
Consta que o dialogo a partir daqui decorreu nos seguintes termos:


DNPJ: Não, não… eu é que me demito. Não quero mais trabalhar consigo, o senhor não gosta da PJ.
MJ: Senhor doutor, eu é que sou o ministro, eu é que o demito.
DNPJ: Não queria mais nada, eu disse primeiro, tome lá a carta.
MJ: O que é isto? Eu não aceito!!! Não preciso da sua carta de demissão porque eu já o demiti. Estás demitido, estás demitido, vais para a rua, nha,nha,nha,nha,nha…
DNPJ: Quem diz primeiro é quem demite. Demito-me, demito-me.
MJ: Não estou a ouvir, não estou a ouvir.
DNPJ: Aceite lá o papel.
MJ: Qual papel? O despacho.
DNPJ: Vá lá, fique com a carta.
MJ: Já disse que não.
DNPJ: Vá lá.
MJ: Não.
DNPJ: Só esta vez.
MJ: Não.
DNPJ: ...
MJ: …

E assim passaram os 15 minutos.

gouge away

Espera...

Central Nuclear

Precisamos de uma, parece. Diz o Senhor Patrick Monteiro de Barros que sim. Lá para os lados de Peniche... O Senhor Primeiro Ministro diz que o executivo inviabilizaria qualquer projecto nuclear em Portugal até ao final da legislatura (hummmm!!!). Diz-se, ainda, que esta construção tem que ser vista do ponto de vista Ibérico; exportar energia para Espanha (ahhhh!). Mais uma belíssima ideia, parece.

Independence in the 20th Century

Ilações simples.

Segundo o Diário digital, que faz noticia das declarações do Secretário de Estado da Administração Interna à rádio renascença, alterações ao código da estrada, e em particular à taxa de alcoolemia, só no próximo ano. Já todos percebemos que a sinistralidade em Portugal, relacionada com o consumo de álcool, diminuiu drasticamente sempre que aumentaram as penalizações sobre o consumo.
Já todos percebemos que se for expressamente proibido conduzir sob o efeito de álcool os cidadãos não conduzem.
E porquê?
Porque é lei e, no nosso rectângulo à beira mar plantado, a lei é para cumprir.
Quem pelos vistos não ficou nada satisfeito com o boato de um controle ainda mais apertado por parte do estado, ao combate álcool vs volante, foi o sector vitivinícola. Mas… quem é esse? É sempre bom ler uma notícia que soa a pura especulação, inspira confiança.
Pois esse senhor, que dá por nome de sector vitivinícola, devia ter vergonha e não se esconder por detrás de desculpas como a sinalização ou as condições das estradas, porque se esse senhor mudasse de ramo ou imigrasse o problema tornar-se-ia insignificante.
Quanto ao estado, se quer reduzir ainda mais a sinistralidade originada pelo filho do senhor vitivinícola, deve aumentar os impostos sobre o álcool, tal como fez com o tabaco. Ninguém duvida que hoje praticamente ninguém fuma neste país, e que daqui a uma década já ninguém vai morrer de causas derivadas pelo consumo de tabaco.
Porque haveria de ser diferente com o álcool?

WORLDPROCESSOR

Gold
Imperdível!

CPE (frança)

Foi ontem promulgado pelo Presidente francês, Jacques Chirac, o Contrato de Primeiro Emprego (CPE). Apesar de o Presidente francês garantir que serão introduzidas duas emendas no respectivo diploma (o período de experiência será reduzido para um ano e o "jovem empregado" terá direito a conhecer as razões do despedimento), naturalmente que se mantém inalterado o direito da entidade empregadora despedir livremente, sem justa causa ou indemnização, os trabalhadores até aos 26 anos.
A questão que se coloca é a de saber se efectivamente a França pretende caminhar em direcção à total liberalização do mercado de trabalho (à semelhança do que acontece já, por exemplo, nos EUA), através da evolução gradual da presente lei com alargamentos sucessivos da idade de livre despedimento ou se, pelo contrário, esta é apenas uma medida isolada e conjuntural.
Na primeira situação, verificar-se-ia uma total viragem no sistema de emprego francês (semelhante ao Português no que se refere à protecção no despedimento), que pode e deve ser analisada à luz dos problemas que actualmente afectam a economia e a sociedade europeia e das soluções existentes para resolver esses problemas.
Na segunda situação, o CPE apresenta-se como uma verdadeira aberração, que apenas adiará o problema do "jovem empregado" durante 12 meses, já que, terminado o período de vigência do CPE, ficará exactamente na mesma situação, perante o mercado de tabalho, em que se encontrava antes desse contrato - desempregado.
Independentemente de todas as concepções e considerações que podem elaborar-se em torno desta medida e que nestas curtas linhas se não podem expor, é de salientar a névoa que continua (cada vez mais) a envolver as políticas das diversas administrações europeias e o progressivo distanciamento entre a minoria governante e a maioria governada.
Por outro lado, admira a forma como a presente situação foi abordada em Portugal, quando por cá já há muito dispõe o Código do Trabalho que é permitida a contratação a termo de trabalhadores à procura de primeiro emprego (cujo contrato pode ser livremente denunciado por qualquer das partes para o final do respectivo termo, que não pode exceder 18 meses).