II

...outra forma de terminar o mês.

I

José Luis Bustamante, Escritura de la Noche III.

De regresso...

Saturno


Olha... já mudou!
O quê?
A hora.
Pois já...

Nebulosa de Órion

Colisão das galáxias Antennae.

Circula por aí o boato, que para alguns não é mais do que uma mera atoarda e que para muitos representa um verdadeiro rumor, de que será esta a maior personagem portuguesa de todos os tempos e dimensões.

Vamos controlar, com medidas enérgicas, a epidemia que está a comprometer o presente dos jovens na nossa sociedade e o futuro de uma saudável democracia.

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diário do azar

O que estás a fazer?
Estou nas apostas.
Boa, e já ganhas?
Não, estou à espera da vitória do Newcastle.
Mas hoje vais ganhar dinheiro?
Não… o Livorno perdeu e o Montevideo vai empatar.

Abel Manta, Largo Luis de Camões.

(Excerto de uma carta enviada pelo Governador Civil do Porto ao Ministro do Interior no ano de 1942)


“ É minha impressão, desde há muito, que o Estado, tendo adoptado meios de defesa contra os seus serventuários que o hostilizam, e tendo sobretudo procurado evitar que novos serventuários, dotados de igual mentalidade, invadam quadros do funcionalismo, ainda não curou de resolver o mesmo problema no que respeita aos quadros dos organismos corporativos, que aliás, pelo alcance das suas funções económicas, podem causar iguais, senão maiores prejuízos à boa ordem politica e social.

Não pode mais o modesto empregado ser nomeado para uma repartição publica sem previa averiguação da sua identidade politica, mas não se faz averiguação alguma sobre a admissão de funcionários desses organismos corporativos; e eu vi terem-se dado casos de nomeação, para esses organismos, até de funcionários que antes haviam sido demitidos de cargos públicos. Os dirigentes dêsses organismos são nomeados sem averiguação alguma relativa à sua idoneidade politica, e por sua vez, fazem livremente as nomeações de funcionários e empregados. (…)

E poderia aproveitar-se o ensejo para regular a forma de verificação da idoneidade (visto haver critérios muito divergentes) exigindo-se, por exemplo para todas as nomeações, o parecer do Governador Civil do respectivo distrito, que ouviria sempre a P.V.D.E. e poderia também ouvir a União Nacional.

Creio que assim se estabeleceriam, tanto quanto possível, meios eficazes de defesa, prestigiando-se ao mesmo tempo as entidades e órgãos que teem atribuições de natureza politica.”

E há tanto sol lá fora...

Grandes, mas mesmo grandes…

Eu prefiro este, mas aquele também tem muita pinta.


Cratera Vitória, Marte.

Choque na Despesa Pública: a caminho da extinção.

Consta, por ai, que em Portugal a despesa pública esta a diminuir porque o Estado deixou de investir na criação. Hoje, no essencial, limita-se a financiar a manutenção das despesas que alimentam um sistema público que não parou de crescer desde a década de 70 do século passado. Se não existe vontade politica para alterar o actual estado de coisas a solução, eleitoralmente mais cómoda, passa por manter o que já existe e não criar nada de novo que implique um acréscimo da despesa pública (a agitação social a que vamos assistindo, entre governo e funcionários públicos, está longe de criar verdadeira mossa a qualquer uma das partes).
Entretanto lá vamos caminhando aturdidos pelo ruído. Por um ruído benéfico para as contas públicas, um ruído que é aquilo que não parece... Constante. Que ajuda a preencher os dias e vai sendo provocado pela utilização do verbo reformar.
Lançam-se umas quantas medidas avulsas para encher jornais, fazer opinião, criar uns quantos consensos em questões que pouco ou nada alteram o rumo político, económico e social do país. Bem, no fundo andamos todos entretidos com a suposta ideia de mudança, que no essencial não é mais do que uma forma ardilosa, usada pelo governo que lidera o Estado e a Nação, para reduzir a despesa sem ser acusado de se demitir das suas responsabilidades. Porque reformar também é uma responsabilidade do Estado.
As presentes reformas visam, em primeiro lugar, diminuir a despesa pública e não melhorar a qualidade dos serviços do Estado. O resto são excepções.

Angel Boligan, El Universal, México.

José Luis Bustamante, Escritura De La Noche, 2000

Por aqui! O que andas a fazer?
Fui ao cinema.
Yah… O que foste ver?
Um filme de acção.
Quem eram os protagonistas?
Não me lembro.
E gostaste?
Gostei.

Desleixo e conivência

...numa “estória” que foi contada mais ou menos assim:

O senhor tem que voltar a trabalhar.
Mas, senhora doutora, eu agora não posso.
Não pode! Porquê?
Porque tenho outras coisas para fazer, outro trabalho. Agora só lá pró fim do mês…
Nem pense nisso. A sua baixa já devia ter terminado há muito tempo.
Mas repare: eu não posso voltar há empresa e pedir férias, não mas vão dar. Só mais 15 dias...
Vou-lhe dar 10… depois volta ao trabalho.
Dava-me jeito mais alguns dias, mas se é assim… está bem.

Joaquim Chancho, 2003.

Título

Projecto de Construção Inclinado Duplo.