Noticias de um passado ainda presente.

No dia em a ministra da educação voltou a mentir, com o descaramento que há muito lhe conhecemos, ficamos a saber que no próximo ano lectivo o desemprego entre os professores contratados será maior. Paciência. Esqueçamos o desemprego docente porque também ficamos a saber que por estes dias são, quantitativamente, menos necessários, tendo em conta o rácio da aldrabice. Mas, nada. O importante é que no dia em que se reforçou a ideia de que ensinar não é o mais relevante e que no poupar é que está o ganho orçamental, em gesto digno dos melhores demagogos, a ministra anunciou que vai dar dinheiro aos mais desfavorecidos para que possam estudar num sistema de ensino que esquece, insiste em esquecer, aquela que deveria ser a sua principal função.
Por fim, para adornar o ramalhete propagandístico lá tivemos a RTP a justificar o principal motivo da sua existência.

Repugnância é pouco.

2 comentários:

rita disse...

o quê? o panorama da educação lusa não está porreiríssimo? nós não tivemos ricas vidas académicas e as melhores perspectivas de futuro, para nós e para os nossos sobrinhos?

(e eu também tenho um irmão professor com uma sucessão de empregos precários e vários amigos nessa vil situação, sempre que a senhora abre a boca, dá-me uma coisinha má)

Midas disse...

Não são as perspectivas, ou talvez as expectativas, que me incomodam. Cada um terá de viver com as suas, mais, reais ou imaginárias. Incomoda-me é a forma como se mente e como tudo e todos permanecem sobre o efeito de uma qualquer anestesia que não é possível de justificar, apenas, pelas luzes do consumo que pairam em torno do espectro individual. Mente-se no exercício de cargos publicos e nada acontece por se falsear de forma descarada (num embuste que afecta milhares de pessoas de forma directa e indirecta). Cansado de probabilidades viciadas por gente que revela pouca ou nenhuma honestidade intelectual. Perde-se a cor, a diversidade, as vontades que traduzem o direito de criar. Cada vez mais e só deveres, camuflados, ardilosamente engendrados, e nós? Farto desta forma de governar. Farto da forma como nos deixamos manipular.