O Jardim


Subindo uma escada em espiral o homem aproxima-se de um estreito corredor onde gravitam objectos pilhados. O seu final anuncia-se através de uma luz intensa com origem num salão prateado de tecto cor de chumbo. Aí deposita tudo o que o liga ao real para que não lhe seja vedado o acesso ao jardim.
Despojado do que o afasta da sua essência desce a longa escada de ferro que o conduz a um portão enegrecido, entra, e contempla a generosidade com que se depara.
O jardim resplandece de sumptuosidades, revela segredos, proporciona utensilagens para novas criações libertando o olhar até ai rendido ao pensamento. […] Os percursos que encerra apenas encobrem a sua infinitude.

Dezembro, 2005.

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