Hoje, quando resolvi fazer a revista de imprensa, consegui dar mais uns passos para a manutenção de um ritmo convergente ao afastamento das leituras de imprensa.
Não me vou repetir, porque não nos quero cansar, com a ausência de factos, com as opiniões de gente de quem nada se sabe e de quem se percebe o desempenho de uma função nada informativa (num sentido noticioso e esclarecedor), muito menos vos quero maçar com os recorrentes e inquietantes sensacionalismos.
Quero-vos antes falar do resto, do que está para além daquilo que não nos interessa. Dizer-vos que se nota a falta de gente competente na arte da escrita jornalística, confiável num sentido profissional, quando é chegado o momento de praticar o acto aparentemente vulgar de folhear, ou linkar, um jornal. Porque se o que realmente interessa é construir um mundo mental, para distorções bastam as inerentes à nossa interpretação. Dispensamos que outros, mandados por outros, nos digam o que devemos dizer, embora façam parecer que do acto de pensar, de que à muito nos tentam livrar, nada ficou por dizer.
Porque haveríamos de pensar se temos alguém que o faça por nós? Se existem as máquinas X, Y e Z, que nos fazerem ganhar tempo para aquilo que realmente interessa porque haveríamos de querer comprar noticias que nos obrigassem a pensar? Esse é o trabalho do jornalista. Pensar para escrever sobre factos. Esqueçam as ideias de transmissão de informação. Desejam-nos puros na retransmissão de ruído. E nós cumprimos. Julgam-nos felizes no exercício de reproduzir os fazedores de opinião. E nós gostamos. Somos serventes de capatazes julgando ser capatazes de serventes. E nós acreditamos.

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