A ordem dos livros

«[…] ler é sempre ler qualquer coisa. Sem dúvida que, para existir, a história da leitura tem de estar radicalmente separada de uma história daquilo que se lê: “ O leitor emerge da história do livro, onde esteve durante muito tempo confundido, indistinto […] O leitor considerado como sendo o efeito do livro. Hoje destaca-se desses livros, dos quais se pensava que ele era apenas a sombra. Eis que a sombra se solta, agarra o seu relevo, adquire uma independência.” Essa independência criadora não é uma liberdade arbitrária. Está limitada pelos códigos e pelas convenções que regem as práticas de uma comunidade de dependência. Está também limitada pelas formas discursivas e materiais dos textos lidos.

“Novos leitores criam novos textos cujos novos significados dependem directamente das suas novas formas.”»

Roger Chartier

1 comentário:

Luís Leite disse...

É de facto assim que o acto de ler acontece. Mas não é só no ler. É na música, na escultura, na pintura e no cinema. No entanto, e se percebi, é preciso dominar as tecnicas existentes para puder romper com elas.