O dia parece breve, ecoa como tal. O Inverno atrás da montanha é mais inebriante.
Os sentidos reagem como se estivessem perante um nevoeiro cerrado. Que não existe.
Um subtil desconforto, deriva dos silêncios que povoam as ruas e as casas da pequena aldeia.
A introspecção é maior. Sem pessoas, são os objectos que relembram as formas e as estórias passadas.
Sentado nas escadas de xisto, desgastadas pelo tempo, espero que a pesada porta no topo da escadaria desfeche.
Um olhar atento sobre a fechadura de ferro revela sinais de abandono, a ferrugem que a percorre não liberta espaço para dúvidas. Ou a chave está perdida, ou foi arrecadada no fundo de um daqueles baús a descobrir por uma próxima geração, inapta a compreender os hábitos que esta encerra.

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