Escorrem-se as palavras. Agregadas repetições que banalizam o dia.
Os adjectivos gravitam em torno de personagens que se encontram, em cada ano que passa, mais afastadas das propaladas ideias. E poucas foram as que passaram disso mesmo.
Talvez seja mais fácil de encaixar outros feriados, pela distância dos factos (para o bem e para o mal), pelo desaparecimento terreno das personagens (o que favorece a mistificação).
Talvez a melhor solução passasse por acabar com os ditos e permitir que cada um usasse esse tempo quando e como muito bem entendesse.
Mas não pode ser.
Não podemos perder a identidade nacional, nem deixarmos de ser carneirinhos que aceitam os factos e que nada, ou quase nada (do que realmente interessa) questionam.
Mais um dia de feriado, mais uma comemoração, mais um reforço da inscrição, mais um passo para que nos acomodemos na sombra de uma revolução.
As coisas acontecem, sucedem e a gente aproveita ou não. Há um jogo de meninos que, em Portugal, se chama cama de gato (...) eu acho que na vida o que há, é um jogo perpétuo de crianças com a cama de gato, que a vida vem de vez em quando e apresenta-nos o problema, olhamos e vemos como havemos de tirar, depois metemos os dedos, fazemos assim e sai outra coisa. È que toda a nossa habilidade é tornar a ser crianças para ver como é que sai a cama de gato. Agostinho da Silva
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